Se uma via aérea não-cirúrgica não for possível, a cricotireoidostomia de emergência está indicada.
A realização da traqueostomia durante as manobras de RCP é um procedimento difícil e seguido de várias complicações. Nesta fase, a cricotireoidostomia é o método cirúrgico de eleição.
Pressão Cricóide
A pressão cricóide ou manobra de Sellick é realizada com o objetivo de evitar que o ar enviado por uma ventilação vá para o estômago, prevenindo a distensão gástrica, diminuindo o risco de regurgitação e aspiração e evitando que o estômago pressione a veia cava e venha a diminuir o retorno venoso.
A pressão cricoide só é recomendada para vítimas inconscientes e por um terceiro socorrista que não participa das manobras de RCP. Caso a passagem de ar esteja difícil ou a vítima vomite retire a pressão na cricoide Para aplicar a pressão cricoide realize os seguintes passos:
● Localize a cartilagem tireoide (pomo-de-adão) com o dedo indicador;
● Deslize o dedo até a base da cartilagem e apalpe o anel horizontal logo abaixo desta (cartilagem cricóide);
● Com o dedo indicador e a ponta do polegar pressione para baixo a cartilagem cricoide.
9.2. Ventilação
Após a abertura das VVAA, analise a respiração da vítima usando o método do Ver-Ouvir-Sentir. Este exame não deve demorar mais do que dez segundos, se constatar que não há respiração, ou a respiração é inadequada (respirações agônicas), ou ainda, você não tem certeza se a respiração é adequada; inicie as ventilações artificiais.
9.2.1. Ventilação Boca-a-boca
Para realizar a ventilação boca-a-boca :
● Pince o nariz da vítima usando o polegar e dedo indicador da mão que está na testa da vítima;
● Respire normalmente e coloque seus lábios na boca da vítima, vedando-a completamente, impedindo vazamento de ar;
● Ventile 2 (duas) vezes (cerca de 1 segundo para cada ventilação) a cada 30 (trinta) compressões torácicas;
● A ventilação deve provocar elevação visível do tórax;
● Observar o tórax subindo e descendo, ouvir e sentir o fluxo de ar;
● Manter as vias aéreas abertas para a expiração;
● Não demore mais do que 10 (dez) segundos na aplicação das ventilações;
● Se a ventilação não elevar o tórax após algumas tentativas, inicie a compressão torácica;
● Havendo pulso, efetue de 10 a 12 ventilações por minuto sem compressões torácicas;
● Evite a hiperventilação, pois isto pode causar uma distensão gástrica reduzindo o débito cardíaco;
9.2.2. Ventilação Boca-nariz
Recomendada quando não é possível ventilar boca a boca, como: trauma de face, boca disforme, ou boca-boca/nariz em lactentes:
● Com a mão que está no queixo da vítima, feche a boca da vítima;
● Respire normalmente, coloque os lábios ao redor do nariz da vítima e ventile;
● Deixe a vítima expirar passivamente, pode ser necessário abrir a boca;
● Manter a mesma recomendação de ritmo anterior (boca-a-boca).
9.2.3. Ventilação Boca-estoma
Estoma traqueal é uma abertura permanente na parte da frente do pescoço em pessoas que tiveram sua laringe removida por cirurgia. A ventilação nestes casos é feita diretamente no estoma da mesma maneira do boca-a-boca;
Após a ventilação não esqueça de permitir a saída de ar após cada ventilação.
9.2.4. Ventilação Bolsa-Válvula-Mascara
A ventilação bolsa-válvula-máscara é o procedimento padrão para SME na aplicação da ventilação no RCP. A maioria destes equipamentos é constituída por uma máscara que garante a vedação da boca e nariz, uma válvula que impede a reinalação e uma bolsa com um volume aproximado de 1.600 ml. Assim que possível conecte também o reservatório com O² para garantir a entrega de 100% de oxigênio a vítima, sem este equipamento a entrega de O² fica em apenas 70%.
Para a ventilação bolsa-válvula-máscara, segure firmemente com uma das mãos a máscara e o um dos ângulos da mandíbula da vítima, com a outra mão comprima lentamente a bolsa até verificar elevação visível do tórax. A ventilação com 2 (dois) socorristas garante uma maior efetividade, pois enquanto um comprime a bolsa, o outro veda a máscara com as duas mãos, uma em cada ângulo da mandíbula.
9.2.5. Ventilação VVAA Avançadas
Para a ventilação com VVAA avançadas conecte o ambu e assim que possível forneça a bolsa e reservatório com O² para a vítima. Na ventilação com VVAA avançadas estas devem ser aplicadas de 8 (oito) a 10 (dez) ventilações por minuto sem pausa nas compressões torácicas.
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